No século XVII nasceu um movimento chamado pietismo tendo como fortes representantes Spener e Francke. O seu objetivo era opor-se ao frio intelectualismo, ao dogmatismo e ao racionalismo filosófico. Defendendo a fé viva como essência do cristianismo, tendo como ênfase: santidade e exercícios religiosos.[1] O pietismo trouxe um novo significado aos conceitos como arrependimento, conversão, novo nascimento e santificação.[2]
Philipp Jakob Spener (1635-1705), alemão, estudou em Stuttgart, Estrasburgo, Basiléia, Tübingen e Genebra. Recebeu várias influências entre elas as obras de Johannes Tauler (c.1300-1361), um místico dominicano. Assim como por Thomas à Kempis (c.1379-1471); Kasper von O. Schwendckfeld (1489-1561), o grande promotor do pietismo alemão; e também dos puritanos Lewis Bayly (c. 1565-1631) e Richard Baxter (1615-1691).[3]
Em 1670, – já pastor em Frankfurt desde 1666[4] – Spener iniciou em sua residência um grupo de estudo da Bíblia, de oração e discussão do sermão dominical, que veio a ser chamado de Collegia Pietatis (Escola de Piedade),[5] donde veio a expressão – dada pelos inimigos, tendo conotação negativa e de beatice – “Pietismo”.[6] Com o passar do tempo esse grupo ganhou o status de ecclesiolae in ecclesia (igrejinha dentro da igreja).[7]
Em 1675 escreveu a famosa obra Pia Desideria. Mas não foi a única. Ao todo foram 300 publicações.[8] Em seus escritos ele enfatizava seis pontos: a) o sacerdócio universal dos crentes; b) o cultivo da vida espiritual; c) santidade de vida; d) teologia com ênfase na vida prática, em detrimento da especulação; e) a Bíblia é superior às confissões, no entanto são elas importantes, devendo ser ensinadas; f) a experiência é o fundamento de toda a certeza, sendo assim, só um regenerado pode fazer teologia.[9]
Spener também foi capelão na corte do Eleitor da Saxônia, em Dresden (1686-1690) onde certamente conheceu o pai de Zinzendorf. Ele também lecionava nas Universidades de Wittenberg e Leipzig. Depois desse período, à convite de Frederico III foi para Berlim, onde pastoreou a Igreja de Saint-Nicolas de 1697 a 1705, quando veio a falecer.[10]
August Hermann Francke (1663-1727), o maior seguidor de Spener, foi criado em uma família luterana de profunda devoção e de boa posição econômica. Estudou em vários centros teológicos após um breve envolvimento com o que quietismo de Molinos.[11] Foi aluno em “Erfurt, Kiel e Leipzig, onde se tornou livre Docente. Ensinou na Universidade de Leipzig em dois períodos (1685-1687 e 1689-1690). Nela, em 1686, juntamente com sete outros professores, fundou o Colégio Filobíblico…”[12]
Numa visita que fez a Dresden em 1691, com o apoio de Spener, conseguiu um professorado na Universidade de Halle, onde lecionou de 1692 até o ano de sua morte, 1727. Halle veio a ser o centro do pietismo. [13]
Francke organizou em 1695 o Paedagogium. Uma escola elementar para crianças pobres. E em 1697 uma escola secundária. Além disso criou orfanato, hospital, albergue para viúvas e outras instituições além de influenciar a criação de instituições sociais.[14] O foco do pietismo de Francke era a disciplina: leitura pública e particular da Palavra; sacramento da ceia; oração; exame da própria vida e arrependimento cotidiano.[15]
O rei da Dinamarca, o pietista Frederico IV, interessado em enviar missionários para Tranquebar, na Índia, não tendo ninguém disponível em seu reino, solicitou a Francke que lhe enviasse dois dos mais promissores discípulos da Universidade de Halle. O professor indicou Bartholomew Ziegenbalg e Henry Plüstchau. Dessa relação nasceu a missão Dinamarca-Halle.[16] Partiram em fins de 1705, chegando a Tranquebar em 09 de julho de 1706. Sendo um dos primeiros missionários não-católicos a alcançarem a Índia.[17]
Ziegenbalg tinha como característica no seu ministério a meticulosidade e era um correspondente infatigável. Estabeleceu como princípios da missão: a) escola e igreja juntas; b) se os cristãos têm de ler a Bíblia, a farão em sua língua materna; c) a pregação deve ser contextualizada à realidade do povo; d) o objetivo deve ser a conversão definitiva e pessoal; e)criar uma igreja autóctone. O ministério desse valente de Deus durou apenas 13 anos, quando morreu aos 36 anos, deixando uma comunidade de 350 pessoas e que tinha como membros, escravos e crianças adotivas órfãs. [18]
Para a ortodoxia luterana alemã a idéia da grande comissão já havia sido extinta. Foi exclusivamente para os apóstolos. Quanto aos pagãos ainda existentes o próprio Deus cuidaria disso sem a ajuda dos homens. A prova disso é que os pietistas preocupados com as missões, tornaram-se motivos de chacotas sendo chamados de “sacerdotes de Baal”, “hereges”, “falsos luteranos”, “entusiastas” e “pessoas perigosas”. A despeito de tais títulos, Ziegenbalg opôs-se veementemente a tudo isso.[19]
Com a ida dos dois primeiros missionários de Halle a Índia, tal Universidade tornou-se centro de esforço missionário arrecadando fundos e formando recrutas com estudos científicos nas áreas de línguas, história da igreja, hermenêutica e da mensagem bíblica para vida diária.[20]
Em 1714, sob a influência do Rei da Dinamarca, foi fundada uma Universidade Missionária em Copenhagen, com o propósito de treinar voluntários para irem a Lapônia e Groelândia. [21] Um dos frutos desse Colégio foi Hans Egede, um luterano norueguês,[22] que partiu junto com a mulher e filhos para a Groelândia e lá se instalaram, em 1722, onde viveu até 1736. As suas maiores dificuldades foram a língua e a superstição do povo. Os primeiros frutos apareceram quando da epidemia de varíola, em 1733 – vírus trazido por um groelandês que esteve na Dinamarca. Pois, ao cuidar-lhes, conseguiu conquistá-los através da prática do amor, do evangelho. Mas foi Paulo, o filho de Egede que fez uma obra maior. Traduziu os quatro evangelhos em 1744, fez uma gramática em 1760 e por fim entregou todo o Novo Testamento em 1766, na língua dos esquimós. [23]
O pietismo “combinou o gozo da experiência da salvação com o entusiasmo para proclamar o evangelho da redenção a toda humanidade.”[24] Bosch enfatiza muito bem a influência do conceito de missão que foi mudado pelo pietismo. Com ele a missão deixou de ser responsabilidade dos governos coloniais e passou a ser uma empresa dos crentes comuns; deixou de ser denominacional e passou a ser ecumênico, pois os cristãos transcendiam fronteiras e confissões; a Alemanha tornou a maior nação missionária do século XVIII; e por fim a dedicação como marca indelével, mostrando o a diferença que ela causava no campo.[25]
O Conde Nikolaus Ludwig Graf von Zinzendorf
Benz e Renkweitz dizem que ele foi ao mesmo tempo “um grande estadista, um homem de alta posição, um empresário, um jurista, um organizador, um diplomata e um poeta”.[26]
Zinzendorf nasceu em 26 de maio de 1700, numa família da alta sociedade em Dresden, na Alemanha. O seu pai era secretário de Estado e residia com a sua esposa num castelo do Reino da Saxônia a uns 15 Km da fronteira tcheca. Com aproximadamente um mês e meio de vida foi consagrado à obra do Senhor por seu pai, tendo Spener como padrinho.
Com o falecimento do pai, logo após a sua consagração, sua mãe veio a casar-se de novo quando ele tinha quatro anos. Sendo, então, criado por sua avó – a Baronesa Henrietta Catarina von Gersdorf – e sua tia que eram pietistas e contribuíam para a idéia de ecclesiolae in ecclesia, participando de pequenas reuniões de estudo bíblico e de oração.[27]
Zinzendorf era solitário, introspectivo e apaixonado pela vida devocional. Desde criança demonstrava um profundo amor pelo Salvador, escrevendo-lhe cartas.[28] Orava muito, lia a Bíblia diariamente, conhecia o catecismo de Lutero, e às vezes pregava para as cadeiras. Aos 10 anos ingressou no Paedagogium de Francke, em Halle. Ali encontrou a rigorosidade do Busskampf (“a luta do arrependimento”). Uma prática obrigatória a todos os alunos, e aqueles que não se submetessem não eram tidos como crentes verdadeiros. Mas Zinzendorf discordava de tudo isso. Para ele a conversão não era uma experiência. [29]
Em Halle,
com cinco outros colegas, Zinzendorf formou a “Ordem do Grão de Mostarda”. Esta ordem era uma espécie de fidalguia espiritual, na qual a flor da nobreza se unia para a confissão do seu Salvador em palavra e ação: ser fermento entre os cristãos; trabalhar para a salvação e comunhão entre todos os homens, independente das particulares conexões eclesiásticas de cada um; ajudar todos aqueles que fossem perseguidos pela sua fé; levar o evangelho aos pagãos além dos mares.[30]
Aos 15 anos fez com o seu amigo Friedrich von Watteville, um “pacto para conversão dos pagãos”. O sonho de Zinzendorf era levar todos os pagãos a Cristo mesmo antes de tornar-se homem feito, adulto.[31] Neste mesmo ano foi para a Universidade de Wittenberg, de linha luterana ortodoxa dogmática – era comum aos moços que compunham a alta classe se encaminharem para lá a fim de estudarem direito, com o intuito de trabalharem para o serviço governamental. Particularmente, no entanto, estudava teologia, buscando unir a ortodoxia e o pietismo.[32]
Aos 19 anos, após a conclusão da Universidade saiu em viagem, como era de costume aos moços nobres – de 1719 a 1720. Esteve na Alemanha, Holanda, Bélgica e França. Em Düsseldorf deparou-se com a obra de Dominício Feti, a “Ecco Homo”, o quadro “Cristo Coroado de Espinhos”, que atualmente se encontra em Munique, com as seguintes palavras: “Tudo fiz por ti. O que fazes tu por mim?”. Ao ler essas palavras sentiu-se tocado por Deus, e ali mesmo confirmou o seu desejo de viver para Cristo.[33]
Ao passar por Castell enamorou-se de uma prima, mas percebeu que o Conde Henrique XXIX von Reuss era quem iria casar-se com ela. Deixou a idéia de lado. Seu alvo era servir ao Senhor.[34]
Em 1721 ingressou no serviço do eleitor em Dresden, como conselheiro real. E dirigia estudos bíblicos aos domingos. No ano seguinte Deus enviou-lhe a esposa ideal, a Condessa Erdmuth Dorothea Reuss, irmã de Henrique XXIX. Eles tiveram doze filhos, sendo que destes, somente quatro chegaram a fase adulta.[35]
A propriedade do Conde Zinzendorf, a vila de Berthelsdorf, que foi adquirida de sua avó, a Baronesa Henrietta, ficava ao leste da Alemanha a 70 milhas (110 Km) de Dresden. O desejo do Conde era de sempre cultivar, entre os amigos, a “religião do coração”. Para isso, nomeou, então, o seu amigo João André Rothe como pastor em suas terras.[36]
A nossa visão alcança apenas a linha do horizonte. Mas Deus tudo vê e tudo sabe. Ele conduz todas as coisas para um alvo determinado. Na missio Dei, é o próprio Deus quem prepara todas as coisas de tal forma que os seus propósitos sejam cumpridos. Não foi somente o Zinzendorf que foi preparado, mas todo um quadro histórico, filosófico, teológico, espiritual, econômico, social e religioso para que o despertamento missionário moraviano viesse a acontecer.
O Conde Von Zinzendorff e os Irmão Morávios
Muito antes da Reforma, a região da Boêmia e Moravia – atual República Tcheca – foi cristianizadas no século IX pelos missionários vindos de Constantinopla –o casal Wenceslau e Ludmila são os mais famosos. Além disso, no século XV, estudantes tchecos foram a Universidade de Oxford, onde tiveram como professor John Wycliffe (m. 1384) e o que dele aprenderam, levaram para o seu país. [37]
No século seguinte, John Hus, professor na Universidade de Praga, pregava contra a Igreja Católica, denunciando os erros e equívocos da prática e da doutrina. O Concílio de Constança não deixou por menos, em 06 de julho de 1415 o condenou a morte – foi queimado vivo. No entanto, ele enfrentou a fogueira com bastante coragem. A sua influência deixou como característica básica a administração da ceia aos leigos. [38]
A influência desse proto-reformador foi tão grande que eclodiu na Boêmia uma revolta conhecida como movimento hussita. E estes, associados com taboritas, utraquistas e valdenses, mas principalmente dos taboritas, criaram a Unitas Fratrum (União dos Irmãos) em 1453, [39] distanciando-se dos erros da Igreja Católica.[40] O movimento hussita é o ancestral dos posteriores moravianos.
Quando a Áustria conquistou a Boêmia em 1620, foi implantado a contra-reforma para exterminar os evangélicos. Muitos deles foram mortos. A Paz de Westfália (1648) não conteve a perseguição. O pai da didática, João Amós Comenius, fugiu para a Lessa, na Polônia.[41]
Ao fim do século XVII a igreja na Boêmia continuava passando por fortes perseguições. Por conta dessa situação tinham dificuldades de manter pastores. Então, convidaram para ocupar esse lugar Daniel Ernesto Jablonsky (pregador calvinista na corte de Frederico III, em Berlim). Jablonsky era irmão moraviano por ascendência e cultura. Ele aceitou a ordenação ao episcopado e assumiu o trabalho em 1699.[42]
Na Boêmia, um pastor de ovelhas, Christian David (1690-1751), católico radical – que cultuava a Maria e zeloso nos rituais[43] –, ao passar por uma enfermidade recebeu a assistência de um pastor de almas, um luterano pietista da Saxônia. Algum tempo depois esse rapaz converteu-se lendo a Bíblia aos 20 anos, e passou a ser chamado de “O Servo do Senhor”. Como servo que era passou a obedecer ao seu Senhor pregando, e muitas pessoas se convertiam. Certa ocasião, foi em busca de ajuda e lembrou do pastor que lhe dera assistência. Seu nome era João André Rothe. Foi esse pastor que apresentou David ao Conde de Zinzendorf. Ao contar-lhe tudo que se passava, recebeu o consentimento para morar em suas terras. O jovem pregador voltou rapidamente para a Moravia e um pequeno grupo aceitou o desafio. Em 12 dias, cinco famílias chegaram a Berthelsdorf (1722).[44]
Nas terras de Zinzendorf, havia um local longe da vila chamado “Hutberg”, onde o gado era vigiado. Foi para ali que os moravianos foram e trocaram o nome do local para Herrnhut: “Guarda do Senhor.” “…Seria …um lugar debaixo da ‘guarda do Senhor’, mas também sempre na ‘guarda do Senhor,’ louvando-o dia e noite…”[45] E foi sob os acordes do Salmo 84 que Christian David derrubou a primeira árvore em Herrnhut.[46]
Rapidamente cresceu o número de pessoas. Em 1723 chegaram anabatistas, calvinistas, schwenkfeldianos (místicos) e os herdeiros da Unitas Fratrum. Em 1726, Zinzendorf recebeu uma autorização oficial para deixar o seu trabalho como conselheiro real para dedicar-se a Herrnhut. Crescia o número de pessoas e também os problemas, principalmente pelas diferenças religiosas.[47] O objetivo de Zinzendorf e Rothe era incorporar essa nova comunidade à Igreja Luterana da Saxônia, sob a idéia de ecclesiolae in ecclesia. Contudo não eram benquistos pelos ortodoxos por sua linha separatista.[48]
Contudo o sonho de Zinzendorf estava se concretizando. Ele “…garantiu que seus arrendatários nunca seriam seus servos feudais ou sua posse pessoal, mas sempre poderiam viver como homens livres, o que naquela época na Alemanha era algo especial.”[49] Elegeu doze anciãos (sendo 4 anciões-chefes), guardas noturnos, inspetores de serviços públicos, assistentes dos enfermos e dos necessitados. Além disso estabeleceu a formação de pequenos grupos para edificação mútua.[50]
No início de julho de 1727, o Conde, Christian David e quase todos os moradores de Herrnhut, assinaram o acordo de convivência chamado de “Concórdia Fraterna”. As coisas estavam começando a se organizar. A harmonia começava a prevalecer. Cantavam, oravam e estudavam a Bíblia regularmente.[51]
Na Biblioteca de Zittan, Zinzendorf encontrou uma cópia em latim, feita por Comenius do antigo “Manual de Disciplina” da Unitas Fratrum. E para surpresa sua descobriu que essa igreja era ortodoxa e fiel a Deus, além de terem normas semelhantes a da “Concordia Fraterna.”[52]
Foi nesse período de harmonia que o pastor Rothe convidou todos os habitantes de Herrnhut a celebrarem a Ceia do Senhor, na quarta-feira, dia 13 de Agosto de 1727. Começou o culto com uma pregação de Rothe, em seguida um cântico e duas moças fizeram confissão de fé. Terminado essa parte, o Conde Zinzendorf fez uma oração de confissão e todos foram às lágrimas. Ele suplicava a Deus o perdão, livramento de divisões, a bênção de uma união verdadeira e que eles pudessem ser uma bênção a todas as pessoas, tanto as que estavam perto quanto as que estavam longe. Três pessoas oraram e um outro pastor dirigiu a distribuição dos elementos. Deus tocou a todos ali com paz, alegria, comunhão e um profundo ardor missionário. Por tudo o que aconteceu naquele culto o dia 13 de Agosto é considerado o dia do renascimento espiritual da Unitas Fratrum.[53]
Duas semanas após a ceia iniciou a intercessão diária, 24 horas por dia, 07 dias da semana. Reunião que durou mais de 100 anos. E um ano depois, um grupo de jovens solteiros começou a estudar a Bíblia, geografia, medicina e línguas, motivados por uma inquietação da parte de Deus. Eles sabiam que Deus tinha uma grande obra a fazer por meio deles.[54]
Com o falecimento do Rei Frederico IV, subiu ao trono Dinamarquês um novo rei.E em 1731, Zinzendorf viajou para participar da coroação de Cristiano VI. Chegando lá encontrou com os esquimós, fruto do trabalho de Hans Egede, da missão Dinamarca-Halle. Encontrou também um escravo africano, Anthony, da Ilha de São Tomé. Este falou para a sua caravana sobre as misérias do seu povo e a falta de instrução para obterem a salvação. Com isso voltou inflamado a Herrnhut, levando consigo o escravo, que compartilhou mais uma vez a sua experiência, desta vez a toda a comunidade. Prontamente dois homens se colocaram a disposição: Leonard Döber e Davi Nitschmann (1696-1772). E se possível, até vender-se-iam para ir até os irmãos de Anthony.[55]
Em 1732 – ano em que Zinzendorf trouxe a sua esposa para viver em Herrnhut –, no dia 21 de agosto, partiram, Leonard e Davi, os primeiros missionários à Ilha de São Tomé.[56]
Houve um boato de que Egede não estava indo bem na Groelândia e iria deixar o trabalho. Em 1733 irmãos morávios partiram para lá, estendendo a missão, depois de 1750, até o Labrador.[57]
Augusto Gottlieb Spangenberg (1704-1792) partiu para a Georgia, dirigindo um grande grupo de moravianos para evangelizar os indígenas, na América do Norte.[58] E nesse mesmo ano a em dezembro um outro contingente (26 pessoas) partiu para a mesma região. Chegando na América em janeiro de 1736, instalando-se, no entanto, na Pennsylvania. Foi nesta viagem, à bordo do navio “Simmonds”, que estava presente um sacerdote anglicano, que mal falava alemão, querendo ganhar a simpatia de todos. Ele havia sido convidado pelo governador da Geórgia para ser pastor na congregação Savannah. Mas o seu intuito era evangelizar os indígenas. No meio da viagem o barco foi tomado por uma tormenta e todos, tripulação e passageiros, ficaram aterrorizados. Menos os irmãos moravianos, que mesmo com o mastro quebrado continuavam a cantar hinos, unânimes até que conseguiram acalmar a todos ali. O sacerdote percebeu que a sua fé era diferente daqueles irmãos. Ele temia a morte.[59]
O nome desse sacerdote é John Wesley. Chegando em terra firme foi confrontado por Spangenberg. O próprio Wesley registra em seu diário (07/02/1736):
Ele disse: “Meu irmão, eu devo primeiro fazer-lhe uma ou duas perguntas. Você tem o testemunho dentro de si? O Espírito de Deus testifica com seu espírito que você é um filho de Deus?” Eu fiquei surpreso e não sabia o que responder. Ele observou isto e perguntou: “Você conhece Jesus Cristo?” Hesitei e disse: “Eu sei que ele é o Salvador do mundo”. “Verdade”, replicou ele, “mas você sabe que ele o salvou?” Eu respondi: “Eu espero que ele tenha morrido para me salvar”. Ele apenas acrescentou: “Você conhece a si mesmo?” Eu disse: “Conheço”. Mas temo que elas tenham sido palavras vãs.[60]
Esse encontrou com os moravianos transformou a sua vida. Ele nunca mais foi o mesmo!
O governo da Saxônia não estava tendo um bom relacionamento com o Conde Zinzendorf. Pois para o governo, ele estava tirando os seus súditos. E, em 20 de março de 1736, Zinzendorf foi banido da Saxônia. Foi trabalhar em Ronnenburg (Alemanha Ocidental) e nas províncias Bálticas. No ano seguinte, Jablonsky o ordenou bispo, em Berlim – ofício que abandonou mais tarde. Entre os anos de 1738 e 39 viajou às Ilhas Ocidentais, acompanhando três novos recrutas para obra missionária.[61] Em 1941 estava em Londres, e em dezembro deste mesmo ano foi à Nova York.[62]
No natal deste ano deu o nome de Bethlehem ao estabelecimento que os irmãos da Georgia estavam começando na Pennsylvania, dando o ponta-pé inicial ao movimento moraviano na América. O objetivo de Zinzendorf era unir as igrejas alemãs espalhadas numa unidade conhecida como “Igreja de Deus no Espírito”. Ele organizou algumas escolas e estabeleceu aproximadamente sete congregações. Antes de partir para a Europa, em 1743, nomeou vinte missionários para trabalhar com os indígenas. A partir de dezembro de 1744, Spangenberg tornou-se o encarregado da obra na América.[63]
O governo da Saxônia deu anistia a Zinzendorf, em 1747. No ano seguinte, os moravianos aceitaram a Confissão de Fé de Augsburgo, e os luteranos reconheceram a comunidade Herrnhut como parte da mesma denominação. Em 1749, a Igreja Moraviana foi reconhecida como igreja estatal da Saxônia, com ofícios próprios. A partir deste ano até 1755, Zinzendorf viveu na Inglaterra. Daí retornou a Herrnhut. Pouco tempo depois a sua esposa – que cuidava de todos os seus bens juntamente com Watteville – veio a falecer. Nos últimos 15 anos o seu casamento com Erdmuth era só nominal.[64]
Depois de um ano da morte de sua esposa, Zinzendorf casou-se com Anna Nitchmann, camponesa que costumava acompanhá-lo em suas viagens juntamente com um grupo de irmãos moravianos.[65] Zinzendorf faleceu em 09 de maio de 1760, ano em que completaria 60 anos. Mesmo após a morte de Zinzendorf a comunidade de Herrnhut permaneceu viva.
Além do intuito de alcançar os pagãos, os morávios também se interessavam em alcançar os cristãos nominais dentro dos países de forte influência cristã, como a Inglaterra. A essa missão eles davam o nome de “Diáspora”.[66]
Spangenberg retornou da América em 1762. Cuidou da teologia e da vida missionária moraviana. Ele não era um gênio como Zinzendorf, mas “tinha igual devoção, grande senso prático e alta capacidade organizadora”.[67]
Durante 28 anos, Sob o lema, Vincit Agnus Noster. Eum Sequamur! (O Nosso Cordeiro Venceu. Vamos Segui-lo!) os moravianos “enviaram mais missionários… que todas as outras igrejas protestantes e anglicanas nos dois séculos depois da reforma”.[68] Missionários foram a Ilha de São Tomé (1732), Groelândia (1733), Suriname (1735) aos indígenas americanos e África do Sul (1736), Samoiedas do Ártico (1737), Argélia e Ceilão (atual Sri Lanka) (1740), China (1742), Pérsia (1747), Labrador (1750), Abissínia (1752) e outros lugares. Nos primeiros 150 anos (1732 –1882) de esforços missionários, eles enviaram 2.158 dos seus membros aos campos espalhados pelo mundo.[69] A proporção de missionários enviados em relação aos que ficavam eram de 1 missionário para cada 60 membros locais.[70]
Conclusão
Método missionário moraviano
O “método missionário” desenvolvido por Zinzendorf tinha como base que os missionários fossem leigos. Eles eram treinados para cumprir o seu papel, nada além disso. Portanto, a ênfase não era teológica, mas duma vida prática de devoção e entrega a Deus. Por causa da falta de recursos da comunidade, todos os missionários eram auto-sustentáveis (tend makers – fazedores de tendas). Cada um, com sua própria profissão, seja alfaiate, oleiro, carpinteiro ou lavrador, sustentava-se. Ao encontrarem convertidos trabalhavam para fortalecer a fé e a vida de devoção. O caso mais conhecido é o de John Wesley. Quando iam ao campo, não se colocavam superiores aos pagãos, mas consideravam-se iguais, buscando um relacionamento “encarnacional” (Fp 2.5-11), vestindo-se e alimentando-se como eles. Faziam tudo a fim de ganhar alguns para o Cordeiro.[71] A prova disso é que mesmo depois de colher os frutos e de ter uma comunidade organizada, Zinzendorf não aconselhava a repetição de modelos eclesiásticos e institucionais, nem tampouco que se usasses uma liturgia e hinologia iguais ao da igreja mãe.[72]
Características do movimento moraviano
Colin Grant em artigo publicado por Winter e Hawthorne traz quatro “características do movimento moraviano.” A primeira delas é a “obediência espontânea”. A prova disso é o que o Dr. A.C. Thompson, historiador do século XIX escreveu: “O dever de evangelizar os pagãos está tão profundamente alojado no pensamento atual que o fato de alguém entrar pessoalmente nessa obra não cria qualquer surpresa… Não é considerada como uma coisa que exija ampla proclamação, como se estivesse acontecendo algo prodigioso ou mesmo fora do comum”.[73] Não havia nenhuma apresentação no púlpito de novos missionários, não havia nenhuma pompa, mas um ardente desejo de fazer Cristo conhecido.[74]
“Paixão por Cristo” era a segunda característica. A própria vida de Zinzendorf, desde criança, é a maior prova do profundo amor a Cristo. É aqui nesse ponto que descobrimos a real motivação missionária deles.[75]
“Coragem diante do perigo”. Enfrentavam situações difíceis de perigo constante. Vagens para regiões distantes, doenças, perseguições, etc. Na Jamaica e África do Sul, submetiam-se a trabalhos forçados para alcançar os escravos. Nas regiões tropicais muitos morriam por causa das doenças. De 160 missionários que foram a Guiana, 75 morreram por causa de febres e envenenamento. Sobretudo, encaravam os maiores desafios para proclamar a Cristo, dominando línguas dificílimas, como as dos esquimós, mesmos sem os recursos modernos que temos.[76]
Por último, eles tinham “tenacidade de propósito”. Os morávios foram forçados pelos colonos na América, durante 40 anos, a afastaram-se dos indígenas por 17 vezes.[77] David Seisberger trabalhou por 62 anos (1735-1797) entre as tribos Huron e outras na América. Após uma pregação feita (1781) em Isaías 64.8, a sua casa e a igreja foram invadidas por indígenas que levaram muitas coisas e ainda incendiaram-na. Ele perdeu todos os manuscritos que tinha feito com a tradução da Bíblia para a língua daqueles mesmos indígenas. Ele não desistiu, reiniciou o trabalho com aquilo que havia guardado em sua memória. Ele era perseverante.[78]
Certamente que Deus preparou esse povo desde a sua formação. Pois, devido a sua experiência histórica de sofrimento – passando por perseguição, guerras e contra-reforma. Era o grupo ideal para executar e estabelecer uma expansão missionária. Eles eram “pau pra toda obra”.[79]
Os iIndígenas brasileiros e os morávios
O catolicismo brasileiro não recebeu tantas influências ultra-montanas. Como prova disso, “o bispo da Bahia, bem como os bispos da América espanhola, foi dispensando da participação no Concílio de Trento.”[80]
Quando Fletcher esteve no Brasil, logo percebeu a realidade de um catolicismo frágil, que formava alguns dos seus padres com um catecismo jansenista (ou de cunho calvinista). Além, é claro, de uma política liberal por parte do Imperador, muito bem representada pelo padroado (onde o estado exercia poder sobre a igreja). Portanto, esse pregador americano teve a idéia de fazer uma reforma no catolicismo brasileiro.
Um outro colportor metodista, Kidder, alertou, em seu livro para a realidade política e religiosa do Brasil. Robert Reid Kalley, na cidade de Springfield em Illinois, “teve o privilégio de ler… o livro – Sketches of residence and travels in Brasil (Reminiscência de Viagens e Permanência no Brasil)…,”[81]. Essa obra “exerceu grande influência em sua vida de ministro do Evangelho e fêz com que êle voltasse as suas vistas para a nossa estremecida pátria.”[82].
A própria constituição de 1824 favorecia a construção de templos evangélicos, com tanto que não tivessem formas de igrejas católicas, nem sinos.
Qual a ligação entre os moravianos e a realidade brasileira? Vejamos. O padre Feijó, que foi deputado de São Paulo (1826), ministro de Justiça (1831), senador do Rio (1833), e finalmente regente (1835-1837) queria muito elevar o nível espiritual do país.[83]
Em 1835, o então, regente Feijó,
…pediu ao Marquês de Barbacena, então em Londres, que providenciasse a vinda para o Brasil, de duas corporações de Irmãos Morávios, que se dedicassem a educar nossos indígenas… Não haveria então missionários católicos a quem confiar a evangelização dos índios e o prosseguimento da bela obra civilizadora dos Jesuítas?
Essa resposta não podemos dar. Mas, por conta desse projeto, denunciado pela forte oposição do Arcebispo da Bahia, D. Romualdo Seixas, Feijó teve que renunciar o cargo.
É certo que os morávios nunca vieram ao Brasil. Resta-nos ainda mais duas perguntas. Por que eles não vieram? Ainda falta algum povo indígena para ser alcançada em nosso país? Das duas perguntas feitas, só temos resposta para a última. Há no Brasil, hoje, pouco mais de 90 povos que nada conhecem a respeito da salvação em Cristo Jesus. Ainda temos pela frente tantos desafios! A paixão por Cristo era a grande marca do movimento morávio. A nós cabe refletirmos nos dizeres de Dominício Feti em sua obra “Ecco Homo”: “Tudo fiz por ti. O que fazes tu por mim?”.
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Winter, Ralph D. e Hawthorne, Steven C. eds. Missões Transculturais: Uma Perspectiva Histórica. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.
[1] Justo L. Gonzales. Uma História Ilustrada do Cristianismo: A Era dos Dogmas e das Dúvidas. 2ª ed., Vol. 8, (São Paulo: Vida Nova, 1993), 156.
[2] David J. Bosch. Misión en Transformación: Cambios de Paradigma en la Teología de la Misión. (Grand Rapids: Libros Desafío, 2000), 315.
[3] Hermisten Maia Pereira da Costa. Introdução ao Protestantismo no Brasil. (São Paulo: não publicado, 2000.), 47-8.
[4] Earle E. Cairns. Cristianismo Através dos Séculos. 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1995), 327.
[5] Hermisten Costa, 48.
[6] Gonzales, 156.
[7] Hermisten Costa, 48.
[8] Idem, 49.
[9] Idem, 49-50.
[10] Idem, 49.
[11] Gonzales, 160.
[12] Hermisten Costa, 50.
[13] Ibid. Cairns, 327.
[14] Gonzales, 162; Bosch, 317.
[15] Gonzales,162.
[16] Ibid. Ruth A. Tucker. “Até Aos Confins da Terra.”: Uma História Biográfica das Missões Cristãs. 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1996), 71.
[17] Stephen Neill. História das Missões. 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1997), 233. João Ferreira de Almeida foi missionária pelas Índias Orientais Holandesas no Ceilão mesmo antes de Ziegenbalg e Plüstchau. Para isso ver a obra: Sociedade Bíblica de Portugal, Deus, o Homem e a Bíblia. 2ª (Lisboa: SBP, 1993, edição).
[18] Stephen Neill, 234-6.
[19] Bosch, 315; Tucker, 71.
[20] Cairns, 328; Gonzales, 162.
[21] Gonzales, 163.
[22] Kenneth Scott Latourette. A History of Christianity. Vol.2 (Nova York: Harper & Row, 1975), 951.
[23] Stephen Neill, 241-2; Tucker, 82.
[24] Bosch, 315.
[25] Idem, 318.
[26] Benz e Renkewitz, eds. “Zinzendorf als Theologe”. Citado por Stoeffler em German Pietism During the Eighteenth Century. (E.J. Brill: Leiden, 1973), 133. Apud Valdir Steuernagel. Obediência Missionária e Prática Histórica. (São Paulo: ABU, 1993), 98.
[27] Frans Leonard Schalkwijk. “O Conde e o Avivamento Morávio: Um Ensaio Histórico por Ocasião do Tricentenário de Zinzendorf” Fides Reformata 5, no. 2 (julho-dezembro 2000), 08; Tucker, 73; Gonzales, 163; Williston Walker. História da Igreja Cristã. Vol. II (São Paulo: Aste, 1967), 197.
[28] Valdir Steuernagel. Obediência Missionária e Prática Histórica. (São Paulo: ABU, 1993), 103.
[29] Williston Walker. História da Igreja Cristã. vol. I. (São Paulo: ASTE, 1967), 197; Schalkwijk, 08; Gonzales, 163; Bosch, 316.
[30] A. J. Lewis. Zinzendorf the Ecumenical Pioneer (Filadélfia: Westiminster Press, 1962), 46. Apud Valdir Steuernagel, 100.
[31] Bosch, 315.
[32] Schalkwijk, 8.
[33] Idem, 8-9.
[34] Walker. vol. II, 197.
[35] Schalkwijk, 9; Walker, vol. II, 197-8.
[36] Schalkwijk, 9; Latourette, 897; Walker, 198.
[37] Schalkwijk, 09.
[38] Walker, vol. I, 381.
[39] Ibid.
[40] Schalkwijk, 10.
[41] Ibid.
[42] Walker, vol. II, 198.
[43] Tucker, 78.
[44] Schalkwijk, 10.
[45] Ibid.
[46] Ralph D. Winter e Steven C. Hawthorne, eds. Missões Transculturais: Uma Perspectiva Histórica. (São Paulo: Mundo Cristão, 1987), 250. “Os Morávios na Europa: Uma Igreja Missionária Pioneira” Colin A. Grant.
[47] Schalkwijk, 11,13; Tucker, 73; Gonzales, 163.
[48] Walker, vol. II, 198.
[49] Schalkwijk, 12.
[50] Ibid.
[51] Schalkwijk, 12.
[52] Idem, 12-3.
[53] Idem, 13.
[54] Schalkwijk, 13-4.
[55] Walker, vol. II, 199; Gonzales, 166; Winter e Hawthorne, 250; Tucker, 74; Valdir Steuernagel, 102-3.
[56] Stephen Neill, 242.
[57] Latourette, 951.
[58] Walker, vol. II, 251.
[59] Gonzales, 173-4.
[60] Tony Lane. Pensamento Cristão. Vol. 2 (São Paulo: Abba Press, 1999), 59.
[61] Tucker, 74.
[62] Walker, vol. II, 200.
[63] Ibid. Tucker, 75.
[64] Walker, vol. II, 201-2; Gonzales, 172-3; Tucker, 76.
[65] Tucker, 76.
[66] Valdir Steuernagel, 101.
[67] Walker, vol. II, 201-2.
[68] Charles Timóteo Carriker, ed.. Missões e a Igreja Brasileira. Vol. 1. (São Paulo: Mundo Cristão, 1993), 57-8. “Nove Mitos Sobre Missões”. C. Timóteo Carriker.
[69] Winter e Hawthorne, 249.
[70] Valdir Steuernagel, 101.
[71] Tucker, 75; Valdir Steuernagel, 116.
[72] Valdir Steuernagel, 112.
[73] Winter e Hawthorne, 250.
[74] Ibid.
[75] Idem, 251.
[76] Idem, 251-2.
[77] Bosch, 356.
[78] Winter e Hawthorne, 252.
[79] Valdir Steuernagel, 99.
[80] Enrique Dussel, ed. Historia Liberationis: 500 Anos de História da Igreja na América Latina. (São Paulo: Paulinas, 1992) ,100. “A Organização da Igreja”, Johannes Meier.
[81] Ismael da Silva Junior. Notas Históricas Sôbre a Missão Evangelizadora do Brasil e Portugal. Vol. I (Rio de Janeiro, 1960), 12.
[82] Silva Junior, 12.
[83] Émile G. Léonard. O Protestantismo Brasileiro. (São Paulo: ASTE, 1963), 40.